Perguntas e respostas com Frits Groenewegen, o novo COO da ACT

Como novo diretor de operações da ACT, Frits Groenewegen traz uma vasta experiência internacional, paixão por promover uma cultura organizacional sólida e uma perspectiva única sobre liderança. Nesta entrevista, ele compartilha insights sobre sua trajetória profissional global, sua abordagem para equilibrar inovação com excelência operacional e lições que aprendeu ao longo do caminho. Conheça a pessoa por trás do cargo e descubra o que ele pensa sobre construir uma organização visionária, adaptar-se a diversas culturas e gerar impacto significativo.

1. Você trabalhou em muitos países diferentes – como foi mudar tanto? Que tipo de experiências únicas isso proporcionou? 

Essa tem sido uma das coisas que mais amei na minha carreira. Mudar de país, sair da zona de conforto e experimentar coisas novas. Sem dúvida, isso ampliou minha valorização pelas diferentes culturas e me tornou profundamente consciente das nuances culturais. Em muitos casos, até adotei costumes locais, como pequenas medidas para garantir um bom Feng Shui no meu escritório!

2. Você claramente teve uma carreira de sucesso. Essa era a área em que você queria trabalhar quando era mais jovem?

Eu sempre quis trabalhar com desenvolvimento imobiliário, especificamente restaurando e adaptando edifícios históricos para ganharem uma nova vida. Ainda adoraria fazer isso. Quem sabe, talvez seja o próximo passo na minha carreira?

3. Você acabou de se formar na Universidade Erasmus, nos Países Baixos. Que conselho daria ao seu eu mais jovem?

Engraçado você perguntar isso! Estive no escritório de Paris na semana passada, e um dos novos integrantes fez exatamente a mesma pergunta! Eu recomendaria que, antes de começar a trabalhar - a menos que você já tenha 100% de certeza - faça um teste para entender o que realmente te motiva e quais atividades você gosta de fazer. No final, eu cheguei ao lugar onde deveria estar, mas levou muitos anos. Poderia ter sido mais fácil se eu tivesse descoberto meus pontos fortes e paixões no início da carreira.

4. Você é um cara ocupado, mas tem tempo para algum hobby?

Não muito, para falar a verdade. Eu gostaria de ler e fazer atividades ao ar livre, mas no momento, estou tentando encontrar um ritmo que me permita colocar isso em prática. Viajar é outro hobby. Já visitei mais de 53 países e adoraria chegar aos 60. O Canadá é o próximo da lista!

5. Você esteve na Ásia por um longo tempo. O que mais sentia falta dos Países Baixos? E, agora que está de volta, o que você mais sente falta da Ásia?

No início, senti falta da mudança das estações do ano e dos dias longos de verão, mas com o tempo, você se acostuma com o calor, a umidade e os horários de fixos de nascer e pôr do sol, das 7 às 19h, e até passa a gostar disso. A única coisa que nunca deixei de sentir falta foi de alguns alimentos específicos, como a pasta de amendoim da Calvé ou alcaçuz. Agora que estamos de volta, conforme entramos no outono e no inverno, sentimos falta do calor e da comida asiática, como a manga da Tailândia e dim sum. Mas o que mais sentimos saudades é do Din Tai Fung, um restaurante taiwanês que frequentávamos quase toda semana!

6: Na sua opinião, quais elementos criam uma cultura organizacional superior?

Recomendo a todos a leitura do livro "Built to Last", do Jim Collins (“Feitas Para Durar: Práticas Bem-sucedidas de Empresas Visionárias”, em português). Ele aborda exatamente o que eu penso sobre o assunto. O autor defende que, para construir a cultura certa, precisamos garantir a contratação e retenção de pessoas que acreditam fortemente na ideologia da ACT e possuem um senso de responsabilidade por fazer parte de uma empresa visionária. Também é fundamental estabelecer uma cultura de trabalho adequada para os colaboradores. Na verdade, isso é um tema bastante atual, já que as equipes de RH e de Marketing estão trabalhando intensamente para definir e implementar uma Proposta de Valor ao Empregado (EVP) global e abrangente.

7: Discutindo suas especialidades profissionais, você menciona Agile e Lean Six Sigma. Em sua experiência, como você combina uma cultura de sprints com uma de melhoria contínua?

Uma não exclui a outra. Eu acredito que elas são bastante complementares. A chave é termos uma metodologia que funcione para nós. Em alguns casos, será a melhoria contínua, em outros, um sprint mais intensivo; e, às vezes, um projeto dividido em sprints. Ao longo dos anos, vi muitas metodologias irem e virem, mas há muita similaridade entre elas. Eu diria que muitas apenas utilizam uma perspectiva ou abordagem diferente para as mesmas metodologias.

8: Quais livros não relacionados a negócios você recomendaria para quem deseja construir uma carreira no mundo empresarial?

Essa é difícil. Adoro ler, mas, nos últimos anos, o trabalho e o tempo com minha família têm me impedido de fazer isso com mais frequência. Quando consigo, gosto de ler autobiografias. A mais recente foi "Shoe Dog" (“A marca da vitória”, em português), de Phil Knight, fundador da Nike, no entanto, o livro que realmente me marcou foi o de Jack Welsh, apropriadamente intitulado "Jack: Straight from the Gut" (“Jack, definitivo”, em português). É um clássico absoluto e muito bem escrito. Embora não seja necessariamente relacionado a negócios, também recomendo muito "Open: An Autobiography" (“Agassi – Uma autobiografia”, em português), de Andre Agassi!